


Pararu-espelho
Ameaçada de extinção
A pararu-espelho é uma ave columbiforme da família Columbidae. Também conhecida como pomba-de-espelho e pararu. Antigamente conhecida por Claravis godefrida. Está ameaçada de extinção pela devastação da Mata Atlântica, distribuição fragmentada das matas remanescentes e a caça.
Nome Científico
Seu nome científico significa: do (latim) clarus, clarens = claro, distinto; e avis = ave, pássaro; e de geoffroyi = homenagem ao zoólogo francês Étienne Geoffroy Saint-Hilaire-(1772-1844). ⇒ Ave distinta de Geoffroy.
Mede de 22 a 24 cm de comprimento e pesa entre 200 e 250 gramas. A espécie apresenta dimorfismo sexual.
A plumagem do macho é cinza azulado, com duas largas faixas transversais na asa de cor castanho cobreada. Do pescoço ao peito predomina a combinação cinza e azul. As asas são escuras (ardósia-azuladas) e apresentam três largas faixas transversais pretas, que são característica marcante da pararu. As rêmiges destoam das penas do restante das asas, pois essas são coloração mais enegrecida. Do ventre à região do uropígio, a coloração é branco-acinzentada. Apresenta nas asas a característica mancha de brilho metálico acobreado ou “espelhos”, cujos reflexos intensos se observam no voo, originando seu nome popular.
A cauda possui as retrizes laterais brancas e as centrais, quase negras (ardósio-azuladas). O crisso (região ao redor da cloaca das aves) é branco-amarelado. Nos dois sexos, teremos os tarsos avermelhados, os olhos escuros e o bico preto.
As fêmeas embora possuam o desenho idêntico ao do macho, apresentam uma coloração completamente diferente de seu parceiro. São pardo-amareladas com fronte e garganta esbranquiçadas. O peito, ventre e uropígio são mais claros que a coloração geral, ou seja, pardo-esbranquiçados. As asas possuem coberteiras pardo-escuras e rêmiges de tom mais acentuado. As retrizes apresentam a mesma tonalidade das rêmiges.
Características
Subespécies
Não possui subespécies.
Alimentação:
Alimenta-se da floração das taquaras, criciúmas, sementes e frutos carnosos como o mamão. Explorando preferencialmente os taquarais de regiões serranas em busca da frutificação dessas plantas como fonte alimentar. Entretanto, pode forragear no solo de campos abertos, atraída por sementes de gramíneas que surgem com o rebrotamento pós-queimada.
Uma característica interessante da pararu é sua relação com as sementes de taquaruçu, taquara e taquaris. O reaparecimento desta espécie, em algumas regiões, seja natural ou antropomorfizada, se deve ao ciclo destas gramíneas, que ao produzirem suas sementes, contribuem para manutenção da dieta destas aves.
Reprodução
Foram encontrados pouquíssimos dados sobre a reprodução da Pararu. O que se sabe, é que a atividade reprodutora ocorre no verão, nos meses de Novembro a Fevereiro.
Há poucas informações, a respeito de seu processo de nidificação. Segundo um relato, este é montado em árvores espessas e com muitos ramos. Se o ninho, seguir o critério dos columbídeos, sua forma lembrará uma tigela achatada, com gravetos secos mal reunidos.
Hábitos
Espécie florestal de habito terrícola, vive em ambientes com florestas densas nas encostas de serras, escondida nas matas fechadas e taquarais.
Vivem na maioria das vezes em pequenos bandos. Porém, parece que de acordo com a região, os bandos tornam-se numerosos, pois na década de 30, foram observados bandos de 50 a 100 indivíduos nos arredores de Teresópolis - RJ. No período de procriação, ocorre a formação dos casais.
Distribuição Geográfica
Presente do Sul da Bahia até Santa Catarina. Predominantemente nas montanhas do Rio de Janeiro. Os registros existentes indicam uma raridade natural em sua área de distribuição geográfica, embora alguns relatos antigos mencionem a espécie há mais de 50 anos. É considerada uma espécie quase endêmica do Brasil.
Fora do Brasil pode ser encontrada na Argentina (Misiones) e no Paraguai.
Há relatos de indivíduos que foram encontrados em regiões montanhosas de até 2.300 metros de altitude. Sick (1997), relatou bandos de aves nos arredores de Teresópolis - RJ, região de altitudes que variam de 869 (centro da cidade) a 2.262 metros de altitude (Serra dos Órgãos). Também há relatos de aves observadas em Itatiaia - SP, onde as altitudes variam de 600 a 2.789 metros (Pico das Agulhas Negras) e na RPPN Parque do Zizo/SP, em 2007, durante forte frutificação do bambu.
Referências
-
Ambiente Brasil - Disponível em: http://www.ambientebrasil.com.br/ Acesso em: 19 de jun. de 2010.
-
Webanimal - Disponível em: http://www.webanimal.com.br/cao/index2.asp?menu=curiosidade_pararu.htm Acesso em 07 jan. 2011
-
CLEMENTS, J. F.; The Clements Checklist of Birds of the World. Cornell: Cornell University Press, 2005.

Pararu-espelho
Classificação Científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Columbiformes
Família: Columbidae
Leach, 1820
Espécie: C. geoffroyi
Nome Científico
Claravis geoffroyi
(Temminck, 1811)
Nome em Inglês
Purple-winged Ground-Dove
Estado de Conservação
(IUCN 3.1)
Em Perigo Crítico


Mapa de registros da espécie pararu-espelho (Claravis geoffroyi)
Cidades onde os observadores não registraram ocorrências da espécie pararu-espelho (Claravis geoffroyi). A concentração de pontos em uma região não indica, necessariamente, concentração de aves nesta região pois está relacionado também à concentração de observadores, principalmente nos grandes centros urbanos.

Distribuição Geográfic