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Jacutinga

AMEAÇADA DE EXTINÇÃO

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Classificação Científica
Reino:     Animalia
Filo:     Chordata
Classe:     Aves
Ordem:     Galliformes
Família:     Cracidae
 Rafinesque, 1815
Espécie:     A. jacutinga
Nome Científico
Aburria jacutinga
(Spix, 1825)
Nome em Inglês
Black-fronted Piping-Guan

Estado de Conservação
(IUCN 3.1)
                     Em Perigo

Mapa de registros da espécie jacutinga (Aburria jacutinga)
Cidades onde os observadores  registraram ocorrências da espécie jacutinga (Aburria jacutinga). A concentração de pontos em uma região não indica, necessariamente, concentração de aves nesta região pois está relacionado também à concentração de observadores, principalmente nos grandes centros urbanos.

    
Rio de Janeiro
Cidade

Cachoeiras de Macacu

São Paulo
Cidade
Apiaí    
Barra do Turvo    

Bertioga    
Cananéia    
Caraguatatuba    
Cunha    
Ilhabela    
Iporanga    
Itanhaém    
Mogi das Cruzes    
Peruíbe
Ribeirão Grande    
São José dos Campos

Paraná

Cidade     
Campina Grande do Sul    
Foz do Iguaçu    
Guaraqueçaba    
Guaratuba    
Morretes    
Paranaguá    
Piraquara    
Pontal do Paraná    
Quatro Barras

Santa Catarina
Cidade         
Anitápolis
Joinville    
Santo Amaro da Imperatriz    
Timbé do Sul

A jacutinga é uma ave da ordem dos Galliformes da família Cracidae.

É monotípica e frequentemente incluída no gênero Pipile. No passado, já foi considerada conspecífica com a jacutinga-de-garganta-azul (Aburria cumanensis). É uma das espécies ameaçadas de tornar-se extintas em pouco tempo, caso o pouco que resta da Mata Atlântica não seja efetivamente protegido. Sua população foi drasticamente reduzida. Desapareceu na maioria dos lugares onde era comum e abundante, inclusive nos vales dos grandes rios do Sul e Sudeste brasileiro, onde era encontrada em qualquer mata. Relatos antigos indicam a caça de aproximadamente 50 mil jacutingas no vale do rio Itajaí, no estado de Santa Catarina, em apenas algumas semanas durante o inverno de 1866. Há também fotografias antigas, da década de 30, mostrando caçadores ao lado de “pirâmides” de jacutingas mortas.

A espécie já foi extinta de muitos locais em sua área de ocorrência original, como nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e sul da Bahia. Por exemplo em Itatiaia (Rio de Janeiro) foi vista pela última vez em 1978; na Serra dos Órgãos (Rio de Janeiro) em 1980. Há, no entanto, um projeto em andamento de reintrodução da espécie na Serra dos Órgãos e região.

As principais populações brasileiras da espécie encontram-se no contínuo florestal formado pelos Parques Estaduais Intervales, Carlos Botelho e Alto Ribeira, em São Paulo, onde a população total é estimada em cerca de 2 mil indivíduos. Populações menores ainda podem ser encontradas em Ilhabela, Paraná e Santa Catarina. A espécie também ocorre em países vizinhos, e ainda pode ser encontrada no Paraguai e, principalmente, na província de Misiones, na Argentina. Também ocorrem na região de Foz do Iguaçu, na fronteira Brasil/Argentina.

Os principais fatores apontados como responsáveis pela queda populacional da espécie são a caça e a destruição ou degradação de habitat. A caça ocorre, inclusive, dentro de reservas. As populações que ocorrem em Ilhabela e na Ilha do Cardoso encontram-se em perigo iminente de extinção, devido à caça predatória. Coletores de palmito-juçara, por si só uma atividade ilegal, costumam abater essa espécie para alimentação durante as expedições para coleta de palmito em matas preservadas de reservas ecológicas, sobretudo no sul do Estado de São Paulo. É também necessário aumentar a fiscalização e buscar outras alternativas sócio-econômicas em áreas mais carentes, como no Vale do Ribeira (SP), onde a caça para alimentação é mais frequente (obs. pess. Salles. O.).

As recomendações para a preservação da espécie são várias, dentre elas:

  • A criação de mais reservas ecológicas preservando áreas extensas de mata úmida;

  • Aumentar a fiscalização contra caçadores e coletores ilegais;

  • Iniciar campanhas de educação ambiental;

  • Substituir o uso do palmito-juçara na alimentação por opções mais ecológicas, como o palmito-pupunha e a palmeira-real-australiana;

  • Repovoar as populações de palmito-juçara em áreas onde ele está em baixa densidade (Serra do Mar).

Nome Científico

Seu nome científico significa: de burria, aburri, aburria = nome ameríndio colombiano onomatopeico para aves genericamente chamadas de jacu; e do (tupi) jacú = Jacu; e de tinga = branco, referência a cabeça, nuca e asas desta ave que apresentam penas com a coloração branca. ⇒ Aburria - Jacu branco ou simplesmente jacu branco.

É uma ave grande, medindo entre 64 e 74 centímetros de comprimento e pesando de 1,1 a 1,4 quilogramas. É fácil de identificar, pois em quase toda a sua área de ocorrência é o único Cracídeo com mancha branca na asa. No extremo oeste da área de ocorrência, no Paraguai, a espécie pode ocorrer ao lado da jacutinga-de-garganta-azul (Aburria cumanensis), que também possui mancha branca na asa, mas, como o nome sugere, possui garganta azul ao invés de vermelha, e a cara também é toda branca.

Características

Subespécies

Espécie monotípica (não são reconhecidas subespécies).

Alimenta-se principalmente da polpa de frutos carnosos. Ao contrário do que se pensava antes, a espécie aparentemente não é totalmente dependente do palmito-juçara (Euterpe edulis), embora ele seja sim um alimento importante na sua dieta. Já foram registrados 41 frutos diferentes na dieta da jacutinga, como Cecropia, Ficus, Virola, Myrcia, Psidium, Ocotea, etc.
O padrão de alimentação parece assemelhar-se com o de alguns primatas, pois alimentam-se durante vários dias seguidos em árvores com grande quantidade de frutos e costumam percorrer rotas pré-determinadas para as árvores frutíferas preferidas. Também costumam voltar para as mesmas árvores frutíferas de ano em ano, o que indica que as jacutingas parecem guardar na memória a época do ano de amadurecimento e a localização dessas árvores na floresta.
Também come artrópodes, botões florais e sementes, em menor quantidade. Geralmente forrageia no alto das árvores, mas pode descer ao solo para ciscar no chão ou pegar as frutas caídas. Ela engole os frutos inteiros, retira a polpa no papo e regurgita ou defeca as sementes. Acredita-se que seja importante na dispersão de várias espécies vegetais. Acredita-se que realize migrações altitudinais na Serra do Mar, às vezes seguindo a frutificação do palmito-juçara, que frutifica mais cedo em altitudes inferiores, porém inexistem estudos que comprovem esse deslocamento.

Alimentação:

jacutinga se alimentando

Reprodução: 

Habita florestas primárias úmidas densas, à altura da copa e do estrato médio, principalmente em locais abundantes em palmitos, mas não exclusivamente. Pode também ser encontrada em ambientes degradados, desde que próximos à extensas matas preservadas.
Prefere as áreas montanhosas até 900 metros, sendo raramente encontrada em baixadas litorâneas (restinga. por ex. Ilha do Cardoso). Na Argentina e Paraguai a espécie se associa à mata ao longo dos rios.
Podem ser encontradas em bandos de até 15 indivíduos, principalmente em aglomerações de árvores no pico da frutificação. Atualmente são encontradas sozinhas ou aos pares, provavelmente resultado da sobre-caça.

Hábitos: 

Predadores

  • BirdLife International (2011) Species factsheet: Pipile jacutinga. Downloaded from http://www.birdlife.org on 01/06/2011.
    Galetti, M., Martuscelli, P., Olmos, F., Aleixo, A. (1996) Ecology and Conservation of the Jacutinga Pipile Jacutinga in the Atlantic Forest of Brazil. Biological Conservation. http://www.rc.unesp.br/ib/ecologia/Galetti%20papers/Pipile-Galetti.pdf
    del Hoyo, J. (1994). Family Cracidae (Chachalacas, Guans and Curassows). Pp. 338, 353-354 in: del Hoyo, J., Elliott, A., & Christie, D. A. eds. (1994). Handbook of the Birds of the World. Vol. 2. New World Vultures to Guineafowl. Linx Edicions, Barcelona.
    Portal Brasil 500 Pássaros, Jacutinga - Disponível em http://webserver.eln.gov.br/Pass500/BIRDS/1birds/p65.htm Acesso em 14 mai. 2009
    Marigo, Luiz Claudio. A fantástica mata atlântica. n. 11.
    CEO - disponível em http://www.ceo.org.br/especies/fichas/Aburria%20jacutinga.htm Acesso em 20 nov. 2009.
    CLEMENTS, J. F.; The Clements Checklist of Birds of the World. Cornell: Cornell University Press, 2005.

Referências

Se reproduz de agosto a janeiro, fazendo seu ninho nas forquilhas dos galhos mais altos e protegidos. Põe 2 a 4 ovos brancos, levando 28 dias para o nascimento dos filhotes. Os filhotes com 30 dias já podem voar.

jacutinga adulto

jacutinga jovem

Casal de jacutinga

Bando de Jacutinga

Originalmente a espécie era encontrada desde o sul da Bahia até o Rio Grande do Sul, norte da Argentina e Paraguai. Os desmatamentos e a caça indiscriminada reduziram muito suas populações, o que ocasionou a extinção da espécie em muitas regiões. Atualmente, ocorre apenas em áreas protegidas de Mata Atlântica, como nos Parques Estaduais de Carlos Botelho, PETAR, Intervales, Ilhabela (PEIB) e Parque Estadual Serra do Mar, no Estado de São Paulo.

Distribuição Geográfica

Bando de Jacutinga

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